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SOLUS (2013 - ATUAL)

Imagens inusitadas que surpreendem por sua estranheza revelando um mundo surreal que mistura beleza e fantasia. Imagens que nos levam a uma atmosfera cheia de narratividade que nos aproximam de um universo onírico e ficcional, podendo ser lidas de muitas formas.

Ao misturar fotografia tradicional e manipulação digital, as imagens da série “Solus”, meticulosamente criadas pela artista visual Carol Rahal, despertam no espectador o desejo de explorar detalhes em busca de outros conteúdos e significados. As fotografias, criadas com uma abordagem singular, foram elaboradas a partir do uso de performances, teatralidade, manipulação, reconstruções cinematográficas, ficção e história da arte, experimentadas através do viés do Surrealismo.

O universo simbólico surge nos objetos, animais, atores humanos e indumentárias dispostas a partir da criação de outras realidades que nos levam à reflexão sobre a natureza instável da vida e a presença da morte. Elaborados quadros que sugerem uma dupla leitura e se configuram em novas e ricas experiências para a visualidade contemporânea. Os cenários podem variar de interiores confinados à exterior expansivo revelando um mundo dominado pelo extraordinário, onde a personagem se encontra em situações e em lugares insólitos, de cores ambíguas, gestos imprevistos em composições que misturam o glamour com uma fantasia cômica, bela e, às vezes, bizarra.

A narrativa inquietante vista no ensaio problematiza sensações experimentadas pela artista durante sua travessia entre a adolescência e a maturidade, quando ela lida com vulnerabilidades que ocorrem durante essa transição como sua homossexualidade, seus medos e desejos, alterações em seu processo emocional e mudanças de seu lugar social.

A estética adotada pela artista aborda conceitos de solidão e sexualidade, construídos em torno do desejo de trazer os sonhos para dentro da nossa vida cotidiana. Os quadros de Carol Rahal carregam certa tensão visual com uma pitada de mistério. Extrapolam os limites da representatividade. Subvertem o mundo real, libertando o espírito a partir da leitura de outras realidades, da ordem do fantástico.

Marly Porto

Curadoria e pesquisa fotográfica

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